segunda-feira, 15 de outubro de 2012

AOS MESTRES, COM CARINHO

Brigadeiro gourmet


Talvez o maior desafio de um professor seja ser lembrado por seus alunos como alguém que fez a diferença em algum momento das vidas deles. Alguém de quem eles gostem de lembrar, alguém que eles tenham prazer de encontrar. Alguém com quem possam ter aprendido algo importante. Alguém que tenha sabido dizer não ou mesmo alguém que tenha compreendido o quanto a adolescência é uma fase diferente.

Relembro com saudades da Irmã Clemens, minha professora da alfabetização, a primeira de que me recordo. Não tenho a menor ideia de onde ela esteja agora, mas guardo as melhores lembranças dela, com seus olhos claros e uma paciência de Jó. Ainda estudávamos uva sem comê-las ou mesmo ter acesso a elas, mas eu adorava preencher aqueles carimbos da cartilha e depois pintá-los com esmero. Lembro também da professora Marta Cruz, no Sesi, para onde mamãe me levou para cursar a terceira série do primário.

A escola era nova e tinha assistência médica, se não me engano. A professora Marta chamou minha mãe para dizer que eu terminava muito cedo as tarefas e tinha condições de acompanhar a quarta série. Lá fui eu, cheia de medo, miudinha e magrela. Por conta disso, entrei no antigo ginásio com dez anos de idade, mas fui em frente. O CNEC, a escola que eu frequentei,  abriu um leque de professores: Angelina, João Batista, Moacir, Corina, minha tia Celeste, Olívia, Irmãs Cláudia e Madalena e tantos outros mestres que ajudaram a construir nossa personalidade e que ainda hoje, tenho prazer de encontrar pela cidade.

A vida seguiu, passei anos fora, voltei, fiz a faculdade e me deparei sempre com pessoas especiais a quem rendo homenagens pela paciência. Não é fácil encarar várias turmas de crianças, adolescentes ou mesmo adultos com suas verdades, suas vontades e sobreviver. Por isso, admiro quem tem essa capacidade de dividir o conhecimento, muitas vezes de forma voluntária.

Hoje, além de todos os meus mestres e mestras, homenageio uma pessoa com quem tenho o privilégio de conviver e aprender sempre. E fico orgulhosa quando estou junto com ele em muitos reencontros com ex-alunos que invariavelmente relembram uma palestra de dez anos atrás, um livro que foram incentivados a ler, um passeio à uma biblioteca e um clube do livro que era novidade para uma meninada que ainda não tinha celular nem vídeo game.
Eu e o Marcos no Casarão, lugar histórico e querido...


 Meu maridinho, essa dita pessoa, hoje dá palestras em escolas quando solicitado e também contribui com seu conhecimento, de forma voluntária, na Sociedade Philosophia, um grupo que se reúne de quinze em quinze dias e discute filosofia, filmes, poesia e o que mais for preciso para de forma lúdica, tentar entender o mundo e pensar sobre ele. O grupo é eclético e tem pessoas de todas as idades.

O Marcos foi um dos poucos professores que conseguiu fazer meu irmão Michel, um peralta de carteirinha, prestar muita atenção nas aulas, fato reconhecido pelo próprio. Claro, meu irmão já está na casa dos quarenta, mas suas histórias de peraltice são hilárias e nenhuma deles tem o Marcos como protagonista. Também já vi muitas vezes o carinho enorme de vários ex-alunos que o agradecem por hoje serem inveterados leitores. Isso faz a diferença na vida de alguém. Portanto, maridinho, parabéns para você, minha cunhada Ritinha, minhas tias Néca, Branquinha e Miosótis e todos aqueles que generosamente decidem dividir seus aprendizados e experiências.

E para não ficar sem receita e lembrando o dia da Criança que passou, minha receitinha de brigadeiro, que apesar da moda, serve para grandões e grandinhos, meus filhos que o digam. Caso prefira a receita tradicional, mais doce, ela está logo mais abaixo. Bom apetite!







O brigadeiro, pronto para ser devorado...


Brigadeiro gourmet

(Aviso aos navegantes que não recebo nenhum centavo pela propaganda)

Ingredientes

01 lata de leite condensado Nestlè
1 colher de sopa de manteiga (por favor, não use margarina nem mesmo para enrolar o brigadeiro)
100g de chocolate meio amargo, ou uma mistura de dois de sua preferência (usei 50g dos dois chocolates mostrados acima), aproximadamente. (Aqui é um gosto pessoal. Como gosto mais de chocolate amargo, fiz dessa forma, mas fica a seu critério).
Chocolate em quadradinhos, da Callebaut, meio amargo. (Aqui você pode usar o granulado comum, pois não temos deste outro tipo na cidade. Se quiser e puder, adquira esse outro granulado em viagens ou pela internet. Não é barato, mas é tudo de bom).

Modo de Fazer

Unte manteiga em um prato fundo e reserve. Numa panela de fundo grosso, coloque o leite condensado, a manteiga e o chocolate partido em pedaços. O fogo deve ser moderado e você não deve parar de mexer, de preferência com uma colher de pau. Após começar a ferver, em aproximadamente dez minutos a massa deverá estar soltando da panela e fazendo bolhas grandes. Ao inclinar a panela, toda a massa se solta. Esse é o ponto. Coloque a massa no prato untado que estava reservado, aguarde esfriar e com as mãos levemente untadas de manteiga, faça bolinhas e passe no chocolate granulado. Se desejar, coloque em forminhas de papel. Para fazer o brigadeiro tradicional, ao invés do chocolate em barra, use três colheres de sopa de chocolate em pó. (Eu uso o da Nestlè, o do padre). O processo é o mesmo. Aproveite e vire criança de novo.
  



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